quarta-feira, 8 de março de 2017

Voltando para a minha casa...

Faltou  publicar este post ...  


Foi uma etapa longa, sem grandes emoções e  e até entediante, mas precisava ser publicado para completar a historia desta terceira viagem.

Paramos na noite do dia 5 de março, quando entrei de volta no Brasil, após uma parada técnica para hacer compritas no dutty free argentino. Entrei no chique dutty free com aquelas roupas de Andes e com quilos de poeira e areia dos desertos. As vendedoras bonitinhas e perfumadas me olhavam com desdém, mas atendiam à turistas com camisetas de futebol e hawaianas...

A aduana brasileira esta fechada, mas com transito livre, o que é uma vergonha total... entra qualquer um carregando o que quiser...   mas enfim...

Fui direto ao hotel onde eu tinha reserva, um daqueles baratos, especializados em grandes excursões em ônibus. Bem, preciso confessar que eu fui pra lá de bem recebido e tratado com todo o cuidado. O quarto era gigantesco e a cama convidativa.   Estava faminto e o jantar foi um horror: o garçom recém saído do ensino fundamental era péssimo e havia daquelas crianças mal educadas e barulhentas. Mas a noite foi uma delicia!

O dia seguinte amanheceu nublado e com um vento frio, para variar eu gastei muito tempo no café da manha para publicar as peripécias do dia anterior.

Durante o dia  de ontem, aconteceu de novo um problema sério: os gases de escape derreteram muito a mala do lado esquerdo.... Isto por causa do escapamento que eu mesmo montei com peças da pior qualidade...  Uma longa história.

Então gastei parte da manha para ir a um posto de escapamentos e instalar uma ponteira mais longa. Foi uma atividade divertida apesar de eu estar cansado do dia anterior e nada contente em andar dentro de uma cidade.  O serviço ficou horroroso e vai ficar ali por mais alguns bons anos!!!




Acima: A extensão para a ponteira de escape, reparem o pe´ssimo serviço de solda ( feito por mim...) e a sujeira dos andes.






























Acima: arrumando pela ultima vez toda a bagagem...


O plano para aquele dia era simples mas exigente: de foz do Iguassu até Ourinhos ou até Avaré. Não é um trecho longo e eu não me preocupei em sair cedo. Feitas as diligencias de sempre na saída do hotel, eu tomei rumo de casa por volta das 11:00.

A esta hora a temperatura ja era de 32°C, as nuvens começando a sumir. Eu reclamei bastante do calor.  Como era uma segunda feira, a estrada de volta estava lotada de caminhões, caminhonetes e onibus.

O trecho Foz - Cascavel é realmente perigoso.  Foi um misto de pouca chuva, muito transito, muito oleo na pista e baixas médias horárias....

No planalto, após cascavel o ceu se fechou, a temperatura baixou e a chuva veio com entusiasmo! Andei cerca de 150km embaixo dágua, usando pela primeira vez as roupas impermeávies. A chuva dimuniu pouco depois de Campo Mourão e eu parei para gasolina e comida em Londrina.

Apos Londrina, por volta das 17:00,percebi que as tempestades estavam se desfazendo e que o céu estava se abrindo da direção leste. A tarde estava chegando e o sol se pondo. Cheguei ao pedágio na entrada de Ourinhos com a luz do dia desaparecendo, andando pelo piso molhado de onde choveu com força a tarde toda. A etapa estava cumprida... era só procurar um hotel, não havia ninguem na Faz Sta Tereza.

Aconteceu que eu tive uma P preguiça de entrar em Ourinhos e  procurar um hotel...   resolvi seguir para Avaré.  O céu se abriu, veio uma noite escura mas sem nuvens....  confesso que até o início da rodovia Castelo Branco o caminho não foi lá muito tranquilo, embora esteja tudo duplicado e eu conheça muito bem aquele trecho, de outros carnavais.... a noite estava fresca e eu tinha muita autonomia...   fui levando.

No trevo de Avaré, lá pelas 22:30 eu decidi que o plano ideal seria dormir na queridíssima Tatuí, e quem sabe almoçar no dia seguinte com meu querido amigo... a noite ficou linda. Parei no Rodoserv Star, que fica a coisa de 250km da minha casa e 70 de Tatuí...


































Parei para gasolina e comer algumas coisas que sobraram na minha mala, descansei um pouco. A turma do posto, que não tinha o que fazer, resolveu lavar a minha moto, foi um serviço muito bem feito. Sempre dá tristeza ver a lama do salar e a poeira dos pasos ir embora pelo ralo.

Saí do rodoserv em direção à Tatui, percebi que a temperatura caiu e que o céu se abriu. Uma noite perfeita e quase sem movimento. Fui tocando e quando cheguei ao trevo em tatuí, decidi esticar mais uma hora e meia e ir dormir na minha cama...

Naquela noite caiu uma  tremenda tempestade em São Paulo e Osasco!  Com direito e enchentes e tudo mais...  Então na chegada na cidade eu passava por piso molhado mas com um céu estrelado, e absolutamnete ninguém nas ruas ou avenidas marginais!!  Foi ótimo!!!


Eram 02:00 quando desliguei minha moto.






































Acima: media horaria de 77km/h (incluindo paradas),  vel maxima 160km/h.

Abaixo: 11:35, tempo total 13:38










                           


Acima; o trecho em azul foi percorrido à noite



















To travel is to take a journey into yourself. Danny Kaye


                         







                          Etapa de hoje:  1052,2 km
Tempo andando: 11:35
Tempo total: 13:38
Distância acumulada: 7.582 km


domingo, 5 de março de 2017

De volta ao país da Lava Jato







Dormi mal e acordei cedo, fui tomar café da manhã e voltei sonolento para o quarto. As 09:00 o calor já era de 26 graus e o céu quase coberto de nuvens. Ver nuvens logo pela manha neste lugar não é um bom sinal. Me apressei em sair do excelente hotel. depois do check out eu voltei para o buffet e com a maior cara de pau abasteci a garrafinha de suco de laranja e fiz dois ótimos sanduíches!


Não usei a saída principal da cidade, saí pelo antigo bairro industrial e elegante. Várias casas das decadas de 20 e 30 e varias industrias abandonadas. O lugar tem uma guarnição importante do exercito, aqui aconteceu uma batalha fundamental na guerra do Paraguai.










Cruzei a ponte General Belgrano eram 09:20 e 28°C
A estrada foi a mesma do dia 23 de dezembro de 2011, desta vez no sentido contrário, o que traz novas cores e imagens a qualquer roteiro. E realmente aquele trecho em uma manha de sol foi mais bonita.  Some falta de predicados da região, ao calor, à ameaça de chuva à tarde, aos pneus já dando sinal de fim de vida e o fato nada feliz de voltar para casa. Todos os motivos para estar de mal humor, mas eu estava feliz e tudo estava correndo bem..



Antes de Posadas (que é o meio da viagem)  aconteceram somente duas barreiras de policia, parei em ambas, conversei com os simpáticos camineros e prossegui sem mais problemas.



Foram 315 km até Posadas , que cumpri em pouco mais duas horas e meia, ótima média. O trajeto deveria ser arruinado pelo modorrento trecho em que RN12 passa por dentro da cidade. Mas agora existe uma estrada que passa pelo sul da cidade, mas ha poucas placas, só quem conversa com a policia sabe disto.


 A partir de Posadas a estrada fica um pouco mais divertida, com sobe e desce suave, florestas e algumas curvas. Mas com ima infinidade de barreiras de policia, desisti de falar com eles e mal os comprimentava... 

Eram 15:30 quando parei para gasolina com aprox. 420k rodados, no vilarejo de San Ignacio Miní. Aproveitei e descansei, olhei muito as nuvens, reclamei dos 36°C.


































Parei naquela vila para visitar as ruínas Jesuítas, um dos sete povos das missões. As ruínas em San Ignacio Mini são gigantescas e lindas!!! 

Extremamente organizadas e são as segundas em tamanho das que sobraram da colonização Jesuíta na América.









Minha especialidade são vulcões, altitude e rochas...portanto não sei explicar nada sobre San Ignacio Mini...  Mas precisam ser visitadas, ficam à somente 200km de Foz do Iguassu (em termos andinos não é nada!).




















A partir dali seriam somente 180km até a minha última aduana, desta vez para entrar no Brasil. Sentimentos confusos: saudade do altiplano, calor, vontade de voltar para casa, conformado q se chovesse eu ia me molhar mesmo, saudade dos amigos, dos vulcões, dos simpáticos Inchús e da minha casa em São Paulo. 

Era domingo, a estrada estava lotada e cheia de policiais.

O caminho realmente fica bonito, algumas florestas baixas, bosques de pinheiros e logo chego à aduana. Muitos pássaros e muita vida, ri muito quando uma ratazana passou pela minha frente: acá hay Ratones y Culebras!!! 

O processo de aduana Argentina foi simples e rápido e a aduana brazileira estava apagada, nenhuma alma trabalhando! Se eu estivesse com drogas ou armas seria bem vindo. 






























Logo após a saída da alfândega, que parece um enorme pedágio, há o acesso para o manjado shopping Dutty free, me deu uma vontade de não chegar ao hotel, então entrei para o lugar. Estacionei a Rocinante entre carros novos e limpíssimos, perto do acesso onde param as vans de turistas. A moto imunda e cheia de coisas amarradas, eu queimado do sol e frio, barbudo e com as roupas encardidas de Andes. A minha mãe diria que não entrava comigo no shopping para não passar vergonha. 

Fui mesmo assim para espanto das famílias católicas que compravam chocolates e cosméticos... Por falar em cosméticos nenhuma daquelas meninas lindas das marcas caras de cosméticos quis me ajudar nas compras...   tive que chamar uma índia guarani. Eu realmente precisava voltar a fazer parte da civilização.

Saí do shopping era noite. Mais uma vez cruzar a ponte com sol se pondo foi lindo. Logo depois da ponte fica a aduana Brasileira, não havia nenhuma alma para me receber. Entrar oficialmente no Brasil em uma noite quente foi gostoso.

Pena, queria mesmo é ter sido recusado no Brasil e ser mandado de volta ao deserto gelado e sem ar.












                       

                        





"Half the fun of travel is the aesthetic of lostness.” – Ray Bradbury



                           Etapa de hoje:  650,6 km
Tempo andando: 07:02
Tempo total: 08:31
Distância acumulada: 6.530 km











De volta à colonia de férias do diabo - El Chaco



Se voce pesquisa sobre o caminho que cruza o Chaco, visite este post: pelo Chaco em novembro de 2017




Da porta do meu hotel, até o hotel em Resistencia seriam 840km, se desse tudo certo. Este é o dia chato... não somente por voltar para casa, mas por ter que cruzar praticamente toda a Argentina por um lugar abandonado e de clima bem desagradável.

Eu estava em um misto de chateado, por ter antecipado a volta, cancelando a ultima etapa em Susques, me sentindo aborrecido por não ter conseguido completar a etapa chile e nem o trecho Susques- Acay. E a perspectiva de enfrentar a longa planicie argentina não era nada agradavel.

Desta vez eu tinha hotel pago em Foz do Iguaçu dali a dois dias. Simplesmente não queira que a etapa se prolongasse. Hoje é o dia chato de encarar o quente, modorrento, imprevisível e nada solidário Chaco

Serão 600km por uma baixada quente, abafada, úmida por onde eu passei uma vez com sol de 44°C e outra com chuva e 16°C. Não ha solução: para se aproveitar tudo de lindo que os Andes te trazem, você tem que cruzar pelo pior da Argentina!



Acima e abaixo:  saido das serras próximas a Salta e rumo ao Chaco, má noticia, faz soool no chaco!!!
























Acordei sem nenhuma vontade de cumprir esta etapa e nem tampouco escrever sobre ela. Historicamente, o mês de março é o mais quente naquele lugar xingado. 

Saí da cama muito cedo, e durante o café da manha eu aprontei o texto da etapa de ontem, depois fui ao quarto publicar as imagens e arrumar tudo...  e quando apertei o "publicar "  o programa se atrapalhou e perdeu tudo. Um trabalho de quase duas horas!  Fiquei P da vida!

Quando eu estava fazendo o check out a moça gentil (e bonita) da concierge ficou horrorizada com o meu roteiro, dizendo que ir até Corrientes de moto em um só dia seria um gran esforço e que eu deveria estar preparado, deu um telefonema e logo apareceu o chef com um farnel muito bem montado de frutas e sanduíches. A equipe do hotel fez uma sorridente cerimônia para a entrega do kit sobrevivência! A saída do hotel foi demoradíssima, o rapaz naõ se entendia com o sistema e nem com o cartão de crédito...  Perdi quase uma hora nisto. Passei pela saída da garagem eram 11:00. Muito tarde para uma etapa daquela dificuldade.

A saída da cidade foi enrolada, naquela confusão, eu encontrei duas motos brasileiras com simpatissísimos o pilotos de Porto Velho, estavam vindo do Peru. Em um posto de gasolina uma moça chatinha e feia disse que não abasteciam motos, em outro o frentista-falante demorou uma eternidade para passar o cartão de crédito. Entrei na estrada eram 12:15. 

A saída de salta acontece pela moderna RN9 (para leste) acontece pela parte feia e pobre da cidade. O caminho é padrão antiga via dutra, só que com piso ruim e argentinos dirigindo muito rapido e muito mal. A estrada sobe uma pequena serra para depois descer para o vale e encontra a RN23 para o sul.

A cobertura baixa de nuvens não me deixou ver a cordilheira e viajar com ela pelas costas não foi gostoso. A estrada desce de 1.200m a 730m quando encontra a RN23, que desta vez passa a se chamar RN9 (é uma bagunça) em seu trecho norte-sul. A região, que não era novidade para mim, é bonita, a estrada larga segur por um sobe desce entre muitas florestas com arvores muito altas. Ontem à noite aquele trecho estava muito quente, hoje a temperatura é de ultra agradáveis 22°C. Do topo de uma das montanhas deu para ver o grande vale do terrível Chaco, e de lá tive uma péssima constatação: Fazia muito sol na região. Fiquei aborrecido em imaginar coisas como 44 ou 45°C.

Setenta e oito quilometros depois eu deixei a organizada ruta nove para entrar no caos do Chaqueño, via a RN16 até Quebranchal.  Mas comecei a ter surpresas...  a região estava muito mais bonita do quando e passei em 2011.  O plano era abastecer no feio, caótico e já manjado posto em Joaquin Gonzáles (alt.384m, 223km após Salta 14:00).  O céu estava azul com poucas nuvens e a temperatura em 24°C. Estava realmente muito gostoso. Uma vez na lanchonete/lojinha reencontrei os Porto-velhenses e ficamos em uma excelente conversa. Nada como fazer novos amigos!!!


Devorei alguns quitutes preparados pelo hotel. Saímos juntos e andamos por cerca de 15km em comboio (coisa raríssima para mim!!!). 



Acima e abaixo: Los nuevos amigos!!! Parada em Josquin J Gonzales. Hoje, seis anos depois da primeira passagem, o lugar melhorou muito!






















Daquele posto até o próximo lugar (o aconchegante vilarejo chamado Pampa del Infierno) onde eu tinha  certeza de que havia um posto funcionando, seriam 343km. Se o elameado posto em El Infierno estiver sem gasolina serão 427km até Roque Saenz Peña (a alternativa de emergência de hoje). Portanto eu teria que andar com um misto de calma para não ficar sem gasolina e velocidade para não ser pego pela tempestade do final da tarde. 




Acima e abaixo: São 600km de retas como estas, pouquíssimos carros, poucos ônibus, muitos animais soltos. Não é nada inteligente andar rápido por aqui...




A meta era  dormir em Corrientes, do outro lado do rio Parana, mas eu encontrei um maravilhoso e novíssimo hotel em Resistência, a cidade vizinha, ates de cruzar a ponte sobre o rio Paraná.


Eu sou um de vários motociclistas que criticam  a região do chaco, mas tenho que admitir que a região se desenvolveu, a estrada foi retificada (faltam somente uns 150km de asfalto ruim e esburacado). HA muitas obras em andamento e a estrada está melhorando. Não ha mais cruzamentos, agora só organizadíssimos retornos com rotatórias. O caminho é monótono, mas para mim foi bonito e agradavel, nem andei tão rápido. 

Realmente acredito que meu padrão do que seja feio, bonito, ou bagunçado e pobre mudou muito... e então estou vendo o chaco com um lugar menos agressivo.

É praticamente reto e vazio por 530km. Naquela tarde o céu estava lindo e temperatura não passavam dos 26C. O Bosque Chaqueño estava beeem verde e agora entremeado por belas plantações de soja e sorgo.   Ainda muito cuidado com vários animais soltos(cabras, cavalos e até um enorme porco!) e cuidado com muitas crianças dirigindo motos sem capacete.






















Usei a velha tática: quando faltavam 600km imaginava que era só chegar em Tiradentes MG, 450km para Curitiba, 330km para Ribeirão Preto e assim por diante.  Há uma grande alegria que é ver o GPS marcar que só faltam 100km!  Molezaaaaa.

La pelas tantas, na total falta do que fazer me deu um pânico: e se a Rocinante engripasse por aqui??? Eu estaria acabado. Comecei a sentir os pneus e a ouvir o ronco do motor com muito cuidado. Em quase 6.000km ela não deu trabalho, será que algo importante estava na iminência de entrar em colapso? Para curar e neurose  eu coloquie uma musica para tocar (coisa que raramente faço) e tratei de aproveitar a linda tarde e o começo da noite.

Passou por mim uma sucessão de vilas, ex estações da antiga ferrovia: El Quebranchal; Los Pirpintos; Rio Muerto; Los Frentones; Pampa del Infierno... 


Parei para abastecer um Pampa de Infierno, o posto horroroso cujo piso ela lama, agora é um impecável posto Shell. Com direito à lanchonete com uma garçonete feia e chata...  


Acima e abaixo: Pampa del infierno! o lugar melhorou muito e o diabo não passa mais férias por lá!



Voltei para a estrada eram 18:15, temperatura 21C. Linda a tarde!!! A estrada muda de rumo em Avia Terai, de lá mais 30 km até a manjada Pres. Saenz Peña. Chegando perto de Saenz Peña a coisa fica bem movimentada com caminhões, onibus e carros lerdos.





















Cheguei ao fantastico hotel eram 21:00, faziam abafados 30 graus. Avisei as meninas de que eu tinha uma reserva, mas a vontade de vê-las (eram as maiores gracinhas) era tamanha que cheguei 5 dias antes...  Elas riram e colocaram em um apartamento ótimo! 

Eu só pensava em ir direto para o ar condicionado. Perguntei por restaurantes na cidade, mas resolvi ficar no quarto, jantei o que sobrou do farnel da manha e corrigi o post de 3 de março.

Avisei minha mãe e a Adriana de que estava tudo bem, perguntei o que cada um queria do dutty free (típica pergunta de paulista...)




Acima: pela segunda vez pelo Chaco, o mapa mostra Corrientes, mas dormi em Resistência, alguns KM antes e do lado oeste  do rio Paraná.




































A man who has not passed through

 the inferno of his passions

 has never overcome them.
- Carl Jung


                           Etapa de hoje:  844km
Tempo andando: 08:50
Tempo total: 10:53
Distância acumulada: 5.879 km




sábado, 4 de março de 2017

De Salta, ao nada e de volta a Salta -




Tal qual a previsão do tempo, o dia amanheceu pouco nublado e com previsão de chuva no final do dia.   Mas as montanhas estavam com poucas nuvens e eu acreditei que chegando no altiplano o dia estaria lindo. Armado de muito otimismo montei a mala central com poucas coisas e parti!

Segui os mandamentos do hotel, montei um farnel gostoso e deixei o restaurante do hotel... Aprendi que não adianta fazer mais do que dois sanduíches e levar mais do que duas frutas... mas a plaquinha do do restaurante do hotel me deu idéias.





















Eram 08:15 e confortáveis 21C quando saí do hotel, direção sudoeste.Deixei as malas e muita coisa no hotel. O plano original era andar leve e voltar depois de duas noites Uma noite em Cachi, que já vimos que não deu certo e esta noite seria em Susques.  Uma oportunidade de tentar ver o céu do Atacama à noite...

Ao noroeste de Salta fica  o ponto onde Chile, Bolivia e Argentina fazem fronteira em um ponto comum, o vulcão Zapaleri (alt.: 5.600m aprox.). Juro que eu pesquisei muito, mas não dá para ir para lá de Rocinante. Perigoso demais. 

Quando eu estava sentado confortavelmente em São Paulo, a minha ideia fixa era desbravar o mais inóspito trecho da cuarenta. Os planos eram sair de  Salta, dormir no oásis de Cachi (que não deu certo), atravessar a terrível Abra de Acay (você não sabe o que é isto?  Leia o post sobre a RN40, 28-04-2014), descer até San Antonio  de los cobres, de lá para Susques, passar por La Quiaca (fronteira com Bolivia) e voltar à Salta. Seriam tres dias rumo noroeste para a região mais abandonada da Puna Jujeña. 


Mas isso só seria possível com sol e descobri que as inesperadas chuvas daquelas semanas  arruinaram  as estradas interditando o caminho. Além disso as noites seriam nubladas...  tudo beem sem graça. Então mudança total de planos.



Acima: A saída de salta em uma manha fria e sem graça   



abaixo: a arrumadíssima vila de Campo Quijano, parada para comprar muita água.


abaixo:  Começo da serra, o clima não melhora e a estrada é pra lá de sem graça....




Saí para o sul  ( 20°C; céu nublado com nuvens baixas e 09:00) e logo encontrei RN51 para o oeste, é o caminho para o aeroporto. Logo apos um trevo o caminho fica estreito e sem pintura no chão. Mas as placas indicando Los Cobres garantiram que eu estava no caminho certo. 37 lentos km depois eu estava em Campo Quijano, a pequena e organizadíssima vila ao pé da serra (alt.: 1.530m). Parei para compra de duas grandes garrafas de água.

A estrada segue o vale do Rio Toro, a vegetação foi se transformando, de verde com árvores médias sobre morros arredondados à quase inexistente sobre solo de pedras. Me lembrou muito a entrada por Humahuaca (vide 24 dez 2011).

O caminho pelo vale também é usado pelo Tren de Las Nubes, a ferrovia mais alta do planeta, e que hoje só faz passeios turísticos vindos de Salta. Um passeio de trem que sobe até 4.000m de atitude. Deve dar um puta sono...




Acima: nada mais gostoso do que uma manha com como muito ripio, frio e chuva.  



 abaixo: a nova estrada nas serras altas, depois de tomar chuva...



















O céu não se abriu, a estrada foi subindo e logicamente as nuvens ficaram baixas. Pouca luz e aquele frio úmido que incomoda. Logo fui presenteado com um inesperado rípio, a estrada está sedo reformada e pavimentada há anos, as obras começaram no alto e vem descendo. Foram uns 30km sem pavimento. O que só é legal quando a paisagem é bonita...  naquela manha nublada e chuvosa a coisa tinha tons de obrigação...  Não gostei.

Fui subindo sem nenhum atrativo digno de menção ou sequer de fotos. O lugar não é bonito e o clima não inspirava. Passei pelo antigo vilarejo de San Francisco de Alfarcito eram 10:00 (16 °C e alt.: 2.830m). Alí acontece um pequeno e gostoso Caracoles. De lá em diante a estrada segue tranquilamente, com curvas largas e gostosas, e pouco se percebe a subida.

Lá pelas tantas acontece uma barreira policial, que estava examinando demoradamente os documentos de um caminhão beem grande. O engraçado é que ali fica um feroz cachorro bem pequeno que ataca os pneus de tudo o que passa...  Rocinante inclusive.  O policial foi ultra gentil e me deu dicas importantes, quedas de barreiras, chuva adiante e obras antes de San Antonio de los Cobres. 

Varios idiotas motociclistas vem para cá para brigar com a policia caminera argentina... Eu não!!! E tenho muiiiitooo a agradecê-los!!!


Acima: a entrada para o vale-Altiplano, a 4.100m e muito frio 7°C (o lugar se chama Abra Blanca)



 Abaixo: tem uns lugares bonitos, repare na estrada nova



























A 3.400m se altitude surge a vila de Las Cuevas, e a estrada bifurca, quem quer emoção e rípio vai pela direita, a Vieja 51. Resolvi fingir que estou em um passeio normal e segui pelo novo trecho em asfalto. Começou a chover e a temperatura despencou para oito graus...

A serrinha sai de 3.400m e termina a 4.100m. Lindo trecho e uma surpresa pra lá de agradável!!  Eu ja estava me considerando realizado naquele dia de roteiro improvisado. Após a serrinha acontece o amplo vale marcado pelo colossal bloco formado pelo Nevado de Acay (alt.: 5.570m) à minha esquerda (sob nuvens...) e com a cordilheira principal ao fundo. Aquela imagem era bonita, mas não a mais legal que eu já tinha visto por aqueles cantos.

Coloquei os casacos de frio e fui andando devagar, olhando para o sul e avaliando a possibilidade de subir para Abra de Acay partindo da RN51 para o norte. Mas o ceú estava fechado para os lados do vulcão e a obra da nova estrada destruiu o trevo com a RN40. Passei e não encontrei a saída.  A tristeza foi ver o Nevado de Acay  sob grossas nuvens de chuva.

Acima: não parece, mas o piso estava péssimo, os caminhões passam rápido, levantam a poeira e sua boca fica cheia de areia... Bem que o policial avisou que os ultimos 10km estavam ruins.
















O problema começou 10 km antes da cidade. O trecho asfaltado estava com umas barreiras e havia um desvio por uma péeeeeessima estará de rípio, pior do que o piso  chileno de dias atrás.  Andei o trecho reclamando, e sendo ultrapassado por caminhões enormes.  Eles levantavam uma grossa nuvem de poeira e eu fiquei com a boca cheia de areia!!!

Cheguei na vila eram 11:20, fiquei chocado com a feiúra do lugar, eu sabia que era ruim, mesmo assim me espantei.  Desci a estrada para a vila procurar amor e carinho... 

Na falta destes me contentei com água, o sanduíche do hotel e descanso.

Lua de mel ideal: na capital mundial da poeira!  A saída para o Paso Sico fica à esquerda...
a RN40 sai pela direita ( norte)



A vila ganha fácil o título de capital mundial do vento e da poeira. Fui ao Hotel de las Nubes, onde eu sabia que encontraria uma comidinha caliente. Almuerço e uma siestita no sofá da varanda. Mas o hotel estava deserto e o restaurante não me encantou. O sofá estava duro e a recepcionista era surda-muda. Decidi procurar informações sobre o caminho para Abra de Acay. A informação da policia  e do rapaz do centro de turismo foram claras: a estrada está interditada há duas semanas, um dos riachos arruinou o caminho.

O que fazer então? Me sentei em uma mureta na rua e fiquei olhando a moto na outra calçada. Mastigando lentamente o sanduíche. Eu não queria voltar pelo mesmo caminho bobo, chuvoso e com rípio elameado... Até aquele momento meu dia tinha sido sem graça e cansativo, com meus objetivos ficando inviáveis. Nada mais poderia piorar naquele dia. Respirei fundo, me levantei e decidi terminar o dia de uma forma mais interessante!!!


Eu andei 195km, em tese teríamos (ao nível do mar) mais 140km de autonomia. Em grande altitudes a Rocinante bebe pouco, portanto calculei que teria pelo menos mais 190km com aquele combustível. Ha um único posto em San Antonio e eu fui para colocar somente mais dez litros. Enquanto o sonolento senhor 
do posto se ocupava com a gasolina, eu comentei sobre  o horrível piso para chegar na cidade, o viejo señor  respondeu de pronto: “ por que não veio pela asfalto?  Todos nós passamos pela barreira e não pegamos o trecho por onde passam caminhões e trouxas...”


O sábio também confirmou que naquela tarde, tal qual ontem, cairia um temporal...

Sua escolha: de volta pelo mesmo caminho chato e chuvosos ou pela lendária RN40 ( somente 110km de sol, poeira e rios!)
























Ali acontece algo curioso: construíram uma estrada nova que vai à Susques pelo oeste, deram à esta o nome de RN40.  A Cuarenta original sai para o norte direto daquela vila, em direção a vila de Abra Pampa (pertim da Bolivia...). No caminho a ruta cruza a RN52 que vem de Purmamarca, e pelo Salar Salinas Grandes (vide post 25-12-2011). O trecho estave quase abandonado, mas nos ultimos anos se tornou parte da rota dos caminhões para o Chile, então a estrada está larga e retificada. E foi por ali que eu decidi seguir até Susques. Coisa de 100 km pela gigantesca planície que forma o Salinas Grandes.

Acima: logo na saída de San Antonio de Polveres...



Abaixo: O trecho original da RN40 rumo norte. O trecho foi todo reformado e é muito usado pelos caminhões e vans de turismo. As insuportáveis costela de vaca arruinam seu dia!






Saí de S. A. de los Cobres eram quase 12:20 (frio de 12°C era disfarçado pelo sol forte) e eu teria luz até as 19:00. Portanto eu teria muito tempo para encontrar o asfalto da RN52 (Paso de Jama) e seguir para o hotel em Susques. 


Segundo as informações seriam somente 98km de ripio e areia, 33km/h de média. Eu achava que seria  tranquilo e bonito. Mas foi lento e extremamente cansativo. Onde a estrada estava boa, o piso estava coberto com as infernais calaminas, aprendi a andar beeem do lado da estrada, quase saindo dela, por que ali as calaminas são menores. Aconteceram trechos bem difíceis, tive que negociar vários poços de areia e poças de lama que eu contornei pelo meio do deserto (muita habilidade e calma nesta hora...). 

Passei por uma coleção de riachos, sendo que o último foi o mais legal: muito fundo e com forte correnteza, mas todos tinham fundo de pedras o que fez das travessias algo seguro e demais de divertido!

Acima: as inesperadas chuvas em março fazem a estrada passar por baixo dos rios... Repare a cor da água!



 Abaixo:  dia lindo e muito deserto pela frente.











































Acima :  Estas são Guanacos femeas, primas das Llamas e das Vicunhas, são muito grandes e extremamente lerdas (os machos são velozes). Ficaram na minha frente e a %$@#$  da maquina fotográfica não ligava!! Tirei estas fotos elas ja estavam relativamente longe.  Em 20.000km pelos andes é a primeira vez que vi uma manada delas!!!


Longos trechos de reta e a deslumbrante paisagem da planície no deserto com montanhas distantes. Altitude entre 3.400 e 3.600m, 12°C.  Lindo  e silencioso...um silencio que só existe por ali...



Acima: Note o reflexo do salar cheio de água. Coisa que só acontece em novembro e dezembro estava ocorrendo em março... Pena!

Abaixo:  A estradinha que leva ao centro do salar. O inocente piso marrom claro é o lodo depositado por cima do sal. É extremamente escorregadio!  Me deu um P trabalho sair dalí!!!

































Coisa de 59km depois da vila, encontrei um estradinha de acesso a uma mineria do salar, entrei para ver como era e descobri uma estradinha que avançava muito dentro do salar. A curiosidade da moto me levou até onde fica o salar.  Eu estava cansado das costelas de vaca e do pido precário da estrada, então tive a brilhante ideia de seguir por dentro do salar até encontrar  a estrada, coisa de 35km mais para o norte.
 

Só que as chuvas criaram um piso absurdamente escorregadio. Era uma camada de lodo que se depositou por cima do sal. A coisa era um sabão e eu mal consegui andar a pé em cima daquilo ( a lama colava em tudo, botas, pneus pedaleiras e para lamas...). Eu precisei de toda a minha habilidade ( e aqueles pneus) para sair de lá!!! Voce nem imagina o trabalho para virar a moto 180 graus...



Acima: em algum lugar ao sul do Salinas Grandes. Já fora do perigoso salar encharcado.



















A aventura no salar valeu a pena!!!  Gastei 40 minutos para andar 10km, mas foi bárbaro ver o salar inundado ao fundo e a margem do lago de sal. Naquele trecho eu homologuei meu PHD em estradas dificílimas com a pesadíssima e muito potente Rocinante. Foi além de muito dificil....


Acima: Ajudei este casal de franceses a concertar o carro. As vibração das calaminas soltou todo o escapamento. Eles estavam sem margem para chegar em Salta e tomar o aviao para Paris... Concertei o carro, emprestei elasticos e fita. Nunca me agradeceram 



Abaixo: é a mesma formação geológica (e altitude) do Atacama, só que se chama Puna Jujeña.



Acima: o cemitério que nunca ficará lotado. 



Abaixo: Tres morros, mais uma das inúmeras vilas abandonadas ou usadas por curtos períodos. 














































Depois de 89km de poeira, suor e calaminas eu cheguei ao monumento local: um cemitério e uma vila abandonada.

Eram 16:15 (14°C) quando parei para descansar, tomar água (descobri que a covarde garrafa de dois litros pulou da moto e me abandonou) e devorar os últimos quitutes doados pelas senhorinhas do hotel. Estava muito cansado, desidratado, queimado de sol e extremamente feliz.

O lugar é lindo, o silencio total e o vento fraco. Deserto de um lado ou salar do outro, absolutamente ninguém na vila. 3.450m de altutude. Estava sentindo aquele cansaço gostoso... Se eu queria chegar ao nada, eu tinha completado minha missão!!!

Apesar do clima e das chuvas terem frustrado meus plano originais, eu estava satisfeito e com saudade de casa.

Enquanto eu admirava a imensidão e o vazio, vejo um jumento selvagem se aproximando..  estendi a mão e falei umas bobagens, ela (uma femea) acelerou o passo e veio checar tudo o que estava acontecendo. Cheirou tudo, brincou comigo, ensaiou me dar um coice e adorou o carinho na cabeça. Eu não entendi nada, dizem que estes bichos são agressivos e indomesticáveis, uma praga no altiplano. Nos  divertimos muito!

Acima e abaixo: quem diz que eu ando só??? Fui conquistando o coração das femeas da região!  foi engraçadíssimo!



Ela só chegou mais perto quando eu deixei a camera e a garrafa no chão.






























Eu tinha três opções: a primeira era fazer companhia aos moradores do cemitério, a segunda seria seguir para Susques, que estava sob nuvens com chuva ou, última alternativa, voltava para Salta via Purmamarca.

Me despedi da minha linda namorada e segui os últimos km no rípio tomando cuidado para não cair e voltar ao cemitério... só que como morador! 

Logo encontrei o asfalto, depois de 3:30 min andando pelo ripio no meio do nada. Chega de poeira, rios e calaminas!!!

A RN40 em rípio encontra a RN52 (estrada do Paso de Jama, que leva ao Chile) logo proxima ao Salar, virei para a esquerda, rumo Chile, rumo ao meu hotel de hoje, em Susques.



 Acima e abaixo: O Fenomenal salar Salinas Grandes, maior e mais alto salar argentino. Costuma ser branco de queimar os olhos, mas naquela rara tarde, estava cheio de água e barro. Ha outros posts com o lugar seco e branco.












































O plano original era  seguir para oeste e ir dormir em Susques. Mas as montanhas em susques estavam embaixo de grossas nuvens, ou seja, noite de chuva e nada de céu estrelado (somente lembrando: chove e muito no atacama). Decidi seguir o plano tres...  voltar para salta e quem sabe jantar naquele excelente restaurante que eu ainda não conheço.

Tirei umas fotos do salar, dei meia volta e segui por um das estradas mais bonitas que conheço, em direção à Purmamarca pela RN52 (paso de Jama).







Acima e abaixo:  Subindo a maravilhosa estrada entre o salar e a Cuesta de Lipán


Acima e abaixo:  meus úlmimos metros a 4.300m de altitude.





















A altitude logo chegou as 4.300m e temperatura caiu dos 15 graus para algo acima de 5°C. Foram somente mais 38 km morro acima em uma tarde linda  e depois a descida para Purmamarca em uma neblina de cortar com a faca... A bateria da maquina fotográfica acabou naquele trecho.



Acima e abaixo :  Minhas últimas imagens dos Andes ( a bateria da maquina acabou...)





A descida da Cuesta de Lipán ( que é maravilhosa sob o sol) foi lenta com neblina grossa, frio e visibilidade de poucos metros. Cheguei à parte inferior das nuvens a coisa de uns 20km antes de Purmamarca ( vide post 24 e 25 dez 2011).

Saindo de Purmamarca subi por alguns Km da Quebrada de Huahuaca até o posto de gasolina em Tilcara. Fiquei horrorizado com a pobreza e miséria das vilas. Aquela estrada leva à La Quiaca, fronteira com Bolívia e muitos Bolivares fugiram do Evomorales para viver naquele vale. Show de horror com direito a mulheres muito feias e carros podres com volume no úrrtimo!!!

Eu andei quase 400km para fugir da chuva, mas ela me pegou na saída do vale antes de San Salvador de Jujuy. A viagem entre Tilcara e o vale em Jujuy foi cansativa, lerda e molhada. Muito movimento, cheio de caminhões e as estradas em obras.

Entre San salvador de Jujuy e Salta o caminho foi tenso. Um breu total, pista única, calor e muitas obras na estrada.  Ha uma vila chamada General Guelmes onde a avenida faz um cruzamento com a rodovia. Eu já o conhecia, mas naquela noite a coisa estava especialmente confusa e congestionada. Só me livrei dali por que a Rocinante anda bem pelo caminho em terra molhada paralelo à pista. Assisti a um acidente causado por um Boludo que passou pelo sinal vermelho e foi atingido por uma caminhoneta.. nem fiquei para ver... mas teve gente q se machucou ali.

A chegada em Salta foi chata e cansativa. Noite abafada e extra escura... eu cansado não quis andar rápido. Fui direto ao hotel, tinha feito plano de jantar em um restaurante ultra agradável...  mas estava arruinado demais para tanto. Busquei um caixa eletronico para sacar um $ e jantei no hotel com direto à muito vinho.

Coloquei a pequena mala sobre a cama, coloquei as câmeras para carregar, peguei o celular e fui avisar às pessoas queridas de que eu estava bem.

Foi talvez o dia dificil e o mais bonito desta etapa.






Em azul a parte pavimentada, em vermelho o rípio. De jujy à salta durante a noite. Muita chuva e movimento entre Purmamarca e jujuy.



“I have always loved the desert.

 One sits down on a desert sand dune, sees nothing, hears nothing. Yet through the silence something throbs, and gleams.” - Antoine de Saint-Exupéry




                           Etapa de hoje:  573km
Tempo andando: 10:52- isso mesmo....
Tempo total: 13:38
Distância acumulada: 5.035 km