Saí tarde de Neuquén, pela manha o céu estava nublado (temp. 24 graus) e eu imaginei que seria bom porque não sofreria com o calor... hummmm quem dera. Gastei tempo procurando uma casa de cambio para me livrar de uma coleção de pesos Chilenos, depois tentando trocar o óleo da moto...
Neuquén é a capital da província de Neuquén, a única rica em petróleo. A cidade é beeem melhor do que eu imaginava, rica e em ordem com um comercio legal e sofisticado (para padrão interior da Argentina...).
Saindo da cidade, logo se entra na província de Rio Negro, a estrada que tenho que seguir é a única ligação importante, passando por dentro de várias vilas e cidades, resultado: filas de carretas e carros. Se anda devagar e o céu não estava nada encorajador.
Neste trecho do enorme platô que é o deserto, os rios Negro e Colorado (o original é este, onde a Bebel está é a cópia...) cavaram cada um seu Canyon largo e longo. Dentro do canyon do Rio Negro, o solo é fértil e por aqui só se vê cultura de frutas e todas as indústrias neste setor, de sucos a conservas.
Do lado de dentro do vale o oásis, para cima do platô fica o deserto.
E chooooveee e ventaaaaaa....
Eu reclamei muito da estrada no vale, trafego obras e semáforos... O pior estava por vir. Saindo do vale, subimos um pouco e de volta para o deserto. Daí a porca torceu o rabo!
O tempo foi fechando... 200 km de viagem e a coisa começa a ficar impossível. Chuva forte, pouqui´ssima visibilidade e muitas carretas e ônibus, ultrapassá-los não era nada divertido.
A temperatura foi caindo e caindo... Quando deu 18 graus eu parei para colocar o kit frio\ chuva, a garoa logo virou chuva, a temperatura foi para 14 graus e para completar o molho veio um vento lateral com rajadas de 40km\h.
Apareceu na estrada uma carreta da YPF, eu andei um tempão atrás dela, depois passei e resolvi voltar p detrás dela. Aguentei uns 120km deste clima até chegar a um confortável posto da YPF (realmente são bárbaros...) para um café quente pq gasolina eu tinha sobrando.
Choele Choel...
O motorista da carreta veio sentar comigo, tomar algo quente e foi muito amigo e útil. O caminhoneiro me disse que para frente de Choele Choel a estrada está nova e toda sinalizada. Mas me alertou sobre os ventos, que balançam a carreta dele... Imagina só. Realmente, voltei para a estrada, andei exatos 20 km e resolvi voltar para dormir na diminuta Choele Choel. Que fica a pelo menos 250km de nada...
Mira mamá!!! Dos estrellas!!!
Não é o Bates Motel, mas está quase...
Achei um chiquérrimo hotel de 2 estrelas e estou aqui, secando as roupas, vendo televisão, reprogramando tudo e reservando para talvez atrasar tudo um dia.
Até a tempestade passar...