quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

San MArtin de los andes Neuquén - Começa a volta para casa...


         ... E de volta ao deserto.

Amanheceu assim... 

Como sempre, o último dia na praia é o único ensolarado... Amanheceu um sol maravilhoso nos lagos da Patagônia, hoje, no dia de ir embora. 

As nove em ponto eu estava saindo do hotel, um sol lindo e 11 graus, parece estranho, mas andar de moto assim é uma delícia!

O caminho seria direto até Neuquén, 428km...    mas sabe como é,  tem umas placas que dão cada idéia...


Saindo do vale, você se lembra das imagens de ontem? compare a vegetação!


Saindo do hotel (900m de alt.), volto para norte pela RN40 por uns 40km para depois de Junin de Los Andes sair para E, cruzar a serra (1.200m de alt.), que forma o vale e daí em direção S pelo Canyon criado pelo rio Collon Cura (550m de alt.), até a Hidroelétrica de Limay.


El Collon Cura, a ponte, e seu canyon. 




Logo antes do Collon Cura existe um ponto de observação de Condores, enquanto eu estacionava a moto havia um sobrevoando, quando pego a maq. Fotográfica ele sumiu...


Los Condores non passaran... mas las personas...



Mais do que condores, o local é frequentado por seres humanos fiquei lá uns trinta minutos, e foi muito divertido, uns argentinos engraçados, um casal de franceses falantes, uns chilenos que não cumprimentam e dois sujeitos bárbaros passeando pelos Andes e retornando a Buenos Aires em duas Honda Biz. Esta dupla valeu o dia!!  Gente do bem e delicadamente mostrando que para realizar os sonhos basta vontade. Foi uma lição para mim!!!



Los Rocinantes e los 3 Dom Quixotes!



Encontrei com eles algumas vezes pelo caminho, eles a oitenta por hora e eu naquele vai-vem-sobe-desce, chegamos a Neuquén na mesma hora. Saí do ponto dos condore, cruzei  a ponto sobre o colón cura e segui para o sul, via RN 234.


Acima: O canyon do Cullon Cura      Abaixo: perceba os estratos nas rochas. Neil Armstong diz que " as rochas se lembram de tudo". A geologia do lugar tem  muita história pra contar.


Abaixo: a Represa do Limay. RN 234


Chegando à represa de Limay, uns 150km depois do hotel, as placas começaram a me chamar, Neuquén para esquerda, S.C. de Bariloche a Dir. pela ruta 237 que em alguns trechos esta renomeada com RN40...  Adivinhem?  Mal entrei em Bariloche (900m de alt.), o caminho para lá é bárbaro, o lago da cidade é lindo, cheguei, olhei, enchi o tanque e voltei para Neuquén.  


Morro Acima: o rio Limay quase em Bariloche. pela RN 237, que agora se chama rn40

Bariloche parece um Guarujá na beira do lago, meio antiquado e decadente. Mas para quem quer andar pelos lagos Andinos, ainda é o ponto mais central.


Cruzando a Represa formada pelo Rio Limay (que desce de Bariloche e é turquesa e transparente como uma piscina: da estrada se vê as pedras no fundo!) e pelo Collon Cura, subimos de novo uma serra, de certo ponto, a 1100m de altitude, dava para se despedir dos Andes a W e olhar para o deserto da Patagônia a E. Este deserto começa por aqui, talvez um pouco mais ao norte, e se extende ao sul até o continente terminar, no Cabo Horn.


Na Ruta 40, 2165km, de onde não sei... mas é longe.


Acima: Adeus aos Andes. A placa diz 1510 km até Buenos Aires.     
Abaixo: Bem vindo ao deserto da Patagônia.



Vamos lá, fui seguindo rumo lesta pela rn237... Sóoo 1.500km até Buenos Aires. No caminho a vastidão do deserto fascina: retas e mais retas, um relevo bárbaro, a temperatura já nos 30graus e um puta vento lateral, dava para ouvir os conselhos do Izzi durante estes 250km.  

Se fala muito em "Patagonia"...   Na realidada não existe uma "provincia da Patagonia". ela é formada por 4 províncias ao sul da província de Neuquén, onde eu durmo hoje.

O fato é que esta planície que vc vê nas fotos, continua até a terra do fogo.  Plano, sem solo, à medida que se vai ao sul menores as temperaturas e menor a pluviometria. Quase nada cresce daqui até a terra do fogo. Veja o mapa da Argentina e perceba quão pouca terra produtiva há para sustentar uma economia.



Acima: Fenômeno comum, a nuvem descarrega mas a chuva evapora antes de chegar ao solo por conta da temperatura e pouca umidade relativa.

Abaixo: Pedra de Aquila, um lugar no meio do nada. observe a tentativa de chuva!




Quase em Neuquén, existe a represa de Chocón (a placa manda, eu sigo...) e lá um divertido museu de dinossauros encontrados na região.  Como o coitado do dinossauro é Argentino, ele é o maior, mais poderoso e cabrón dinossauro do planeta, óbvio que ele também é melhor do que o Pelé!!!!

 

 Acima: O lago em Chocón   Abaixo: Não entendi, o fóssil é o bicho ou o carro?







 Acima: O Bicho  mais voraz e ameaçador se chama Carolina!!! 

  Abaixo: Carolina e seus visitantes...




Logo chego a Neuquén, capital da província, os 428km originais viraram 701km exatamente... A conta do consumo foi perfeita, quando parei no hotel a luz da reserva acendeu. Programas para hoje? Jantar e cama!!!  Amanha vamos à Bahia Blanca, algo como 650km... ...se num tiver nenhuma placa interessante...




Olhando para o Sul: daqui até na terra do fogo será esta mesma paisagem. Acrescente mais vento... tire temperatura, e é isso até Ushuaia, 1.800km em linha reta. Consulte um mapa e perceba a extensão do problema.


Acima: O dois simpáticos heróis!!!  Estavamos quase em Neuquén nesta foto, por volta das 18:45