quinta-feira, 23 de novembro de 2017

De volta ao chaco. O ponto baixo da viagem

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“The desert was bad, but nothing could compare with the horrors of a tropical rain forest.”  - Tahis Shah, em As minas do Rei Salomão




Ontem eu cheguei cedo no hotel, por volta das 17 a Rocinante ja estava na garagem e eu me dediquei à re montar todas as malas, junto com as duas laterais que ficaram no hotel. Fui buscar coisas na lavanderia e tratei de dormir até as 20:00 para ver se sumia a ressaca do dia longo e beeeem anti climax.

A noite de ontem foi extra agradável!  Levei meus amigos argentinos para jantar em um lugar muito gostoso que eu descobri!

Foi uma noite divertidissima apesar do frio. Acho que estava na cama por volta das 23:00 sem ter tomado nada que pudesse atrapalhar meu dia de hoje.


Rocinante está no extremo esquerdo, meus amigos à direita. Vizinho ao hotel, em seus fundos, ha esta igreja impecavelmente pintada. Vizinho à igreja ha uma oficina de motos!!!















Não há alternativa... eu tenho que voltar e o caminho é via o Chaco. Como eu disse antes, para se chegar aos Andes precisa se passar pelo pior da Argentina.

Acordei muito cedo e me demorei no café da manha, havia uma divertida excursão de senhoras e o lugar estava lotado. Coisa inédita neste ultra gostoso hotel. As sete horas da manha o ceu esta totalmente coberto com 17°C. as 08:30 não havia nenhuma nuvem a e temperatura estava em 19°C. A previsão era de um dia absolutamente sem nuvens.

Do buffet, desta vez, eu só me interessei em levar água e gelo. As simpáticas senhoras foram ultra carinhosas comigo e passei para me despedir do Sr. Antonio, o dono do lugar.

Eram exatamente 09:00 e 19°C quando eu parei no posto de gasolina ( o mesmo onde eu perdi umas coisas...) para completar o tanque 



Pelos bairros de Salta: Realmente é um lugar sui generis. Aprendi a gostar muito de lá!


Tal qual como da outra vez em março, eu me enrolei para encontrar a saída da cidade, mas desta vez eu estava no horário. A cidade tem uns bairros confusos, industriais e pobres. E foi bem no meio deles que eu fui parar!!! 

Logo encontrei a movimentadíssima rodovia que sai da cidade, parece a Rodovia Anhanguera, movimentada e com um ar retrô. Apesar da linda manha, eu não estava nada contente em sair de lá...  embora tivesse um compromisso maravilhoso em Foz do Iguaçu dai a dois dias.





Acima: Finalmente encontrei o inicio da estrada para subir a serra e sair do vale de Salta.




Acima:  Olhando para trás. Só quem chega na cidade por este caminho entende por que os
Espanhois escolheram este vale. No fundo se vê muito bem as montanhas altas e amarelas
da cordilheira dos Andes. A cidade fica a 1.200m de aqltitude, as montanhas ao fundo
estão a 4.600m. Nenhuma foto que tirei faz juz a esta beleza!






Subo até 1.350m e desço a serra até 740m onde encontro a RN9, são somente 45km desde o hotel. Fazer o que, sigo a RN9 para o sul.


Acima: Rumbo Sul, estas serras são pré cordilheiras que acontecem ao sudeste de salta,
dentro delas ha uma linda represa que é a diversão nautica deles. Em algum lugar neste vale,
à esquerda na foto, a Bandeiro Argentina foi desenhada pelo Gen. Manuel Belgrano.

Abaixo: chegando ao trevo com a RN16 para leste, a entrada do Chaco. Eram 10:29 e a temperatua já estava em 29°C






Bem, eu não vou encher de detalhes este trecho que aparece aqui no blog pela quinta vez, mas vou simplesmente ilustrar e contar um pouco deste dia...


Acima: Trecho antes de J V Gonzales por volta das 11:00. a temperatura subiu bastante quando cheguei proximo à primeira parada.

Abaixo: Parece desorganizado para você? Nem imagina a bagunça que isto era em 2011!!  Fica na saída de J V Gonzales, aprox 13:30 e 33°C 



Acima: isto é uma máquina asentando trilhos de uma nova ferrovia! Paralela à antiga, mas totalmente nova. Isto indica que este lugar está deixando de ser um canto esquecido por deus e por todos...




Parei no manjado posto de gasolina em José Victor Gonzales  (Alt.: 381m; 33°C) por volta do meio dia, o calor começou a ficar forte e o sol ardia bastante. Aqui é o sol quem arde... lá em cima é Ínti quem brilha, fundamental entender isto. Demorei uma hora para beber muita agua gelada, comer umas bobagens nutritivas, descansar e encher completamente o tanque, Dali até o proximo abstecimento seriam 430km. Estava preocupado com o consumo, andei rapido e a moça estava bebendo um pouco alem da conta.

Neste trecho, entre Monte quemado e Toco Pozo ha aquele trecho com asfalto péssimo e que se precisa andar devagar. de qualquer maneira não é nada sábio andar acima de 120km/h por aqui. Ha muita surpresa na estrada, como tratores, cabras e uns porcos muito preguiçosos. 



























Eram 15:40 aprox quando passo por Pampa del Infierno, não quis parar no posto de sempre. Mas fiquei cismado de que os pneus estava extremamente inflados com o calor de 34°C, então parei em uma borracharia extra suspeita para checar a pressão dos pneus. qual a minha surpresa que a pressão extá exatamente como deveria estar. 

Então se eu estou desconfortável com a moto, é porque estou começando a ficar cansado com as quase seis horas de viagem em um calor Argentino. Precisava tomar cuidado dali pra frente!









Acima: Campo cultivado de Girasóis. è lindo de se ver. Próximo a Concepción del Bermejo 15:55, 35°C

Abaixo: O trevo manjado trevo em Avia Terai, chegar aqui dá uma sensação de "ja estou pertinho". Faltam somente 212km para o hotel.
Moleza. Seguindo para a esquerda é o caminho de casa... 
seguindo para a direita se chega à termas do Rio Hondo.



Acima: Trevo en Pres. R Saenz Peña, Logo à direita ha um grande posto de gasolina onde parei para colocar somente 15 litros e me esconder do calor, foi o momento mais quente do dia, 36,5°C. eram 16:26

Abaixo: A tarde chega mas o calor não vai embora. falta muito pouco para a ponte Gen Belgrano. A partir de Saenz Peña o transito fica pesado, com desvios de obras e a velocidade cai muito.





Acima e abaixo: A Ponte General Belgrano. A partir deste ponto a viagem só tem sabor de deslocamento. 
19:32, 34°C













Gastei bastante tempo andando pela cidade e pela avenida costaneira ao rio Paraná. O lugar é lindo e à tarde aparece um monte de moças lindas e solteiras caminhando ou correndo pelo parque!!! O sol se pôs e a temperatura baixou para 30°C.

Peguei um baita transito para chegar de volta ao mesmo hotel Corrientes... Onde que tinha feito uma reserva...  Fui super mal recebido e adivinhe; minha reserva não estava lá e o boludo dizia que a espelunca estava lotada. 


imagine como eu estava mal humorado depois de quase 12 horas de viagem em um calor dos infernos. Gastei um tempo a pé pelos hoteis naquela barbara praça, Havia vaga, mas a precos indecentes. Tive a genial ideia de peruguntar à um sujeito que pilotava uma carroça puxada por um cavalo beeeem velho. Ele me indicou um hotel Báaarbaro!!!  

As 21:00 eu estava sentado para jantar, no ar condicionando e escrevendo este post!!!
































































 Acima: Não tem jeito, para chegar ao paraíso precisa passar pelo inferno...  embora na~seja tão agressivo como uma floresta, o lugar é difícil e a etapa entediante.





Etapa de hoje:  844,2km
Trecho em Ripio: Zero...  snifff
Tempo total: 10:55
Tempo de viagem: 08:59



Distância acumulada: 5.220 km

Saindo do Nada, beeem devagar...

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Linda manha!   Muito sol e calor de 21C.  



Nas fotos acima e abaixo, descendo a quebrada de Humahuaca sentido sul. Realmente um passeio muito bonito para quem não quer subir ao altiplano. Eu chamo esta região de "Argentina Boliviana"







Acordei as 08:30, tarde para o padrão desta viagem, estava em uma baita ressaca das quase duas garrafas de vinho de ontem à noite.

Eu não tinha pressa alguma, de onde eu estava (Alt.: 2.990m  20°C) até Salta seriam, dependendo do caminho, no máximo 250km. O café de manha foi péessimooo!  Estava cansado do dia longo de ontem e tive que pedir uma maça e uma banana...  O hotelzinho é novo, limpo, sem charme e acho que paguei caro por aquilo...  

Passei a manha andando pela vila. O lugar tem um charme hispanico e andino todo seu!  Me diverti na feira de artesanatos legítimos, feitos especialmente para os turistas inocentes que lotam as excursões de ônibus e vans. Me fingi de desavisado e permiti ser enganado pelas índias vendendo badulaques.

Saí do hotel ao meio dia, Foram curtíssimos, gostosos e saudosos 45km até a parada no manjado posto de gasolina de Tilcara, o mesmo do dia 24 de dezembro de 2011 e 3 de março de 2017.  Havia uma vendaval vindo sul, e a temperatura foi desabando!   Surgiram nuvens pesadas sobre Jujuy e havia conversa no posto de gasolina sobre chuva no vale. Já dava para ver as nuvens lá na parte baixa do vale.


É a primeira vez que vejo o Cerro de siete colores em um dia de sol. realmente o logar é muito bonito!







































Parei na linda vila de Purmamarca para colocar casacos e consegui tirar uma foto digna do cerro de siete colores.  A temperatura caíra para 16°C e o vendaval continuava! Saindo da vila  desci por poucos km até a RN9 virei a sul e segui para onde a Quebrada de Humahuaca se desfaz na parte alta do Chaco. Minha despedida dos Andes.




Perceba nestas fotos como as rochas duras e sem vegetação começam a ser trocadas por morros arredondados e cheios de plantas e árvores.




























Foram 62 km fáceis, bonitos e confortáveis quilômetros até
San Salvador de Jujuy (Alt.:1.303). A altitude foi substituída pelo calor e umidade,  arvores grande e solo fértil... Estava de volta ao meu habitat. Em Jujuy desaparecem as estradas estreitas que eu estava acostumado. As rodovias são largas, com tres ou quatro faixas e muito movimento.  O céu estava nublado, o lugar estava quente e o caminho estava sem graça. 

Para quem tem pressa de chegar à Salta, o caminho fácil é seguir de S. Salvador para o sudeste pela RN66, depois um trecho pela RN 32 para o sul, passa pela confusa general Güelmes e finalmente subir a pequena serra para Salta pela RN9 (116km). Passei por ali naquela noite de 4 de março, foi chatíssimo. Era meu último dia de Andes e eu não queria a companhia de  Renaults do século XX, policiais, caminhões e etc. Então eu decidi seguir pelo caminho da roça, pelo interior dos vales até Salta.


O caminho não é difícil de encontrar, tecnicamente seria somente seguir a RN9 (a RN9 também foi cortada e picotada, difícil definir o seu traçado original) mas esta sai como que escondida de um trevo obscuro da moderna RN66. Me deu um frio na barriga, uma certa tristeza, era a ultima travessura que eu fazia nesta viagem...  


A estradinha segue pela grande planície fértil formada pelo Rio Grande, que desce por Humahuaca, são pequenas fazendas, pastos, animais e pomares. Se não fosse por uma Llama perdida de vez em quando (e pelo asfalto impecável) dá para se dizer que está em Minas Gerais, perto de Congonhas do Campo. O caminho vai tranquilo e extremamente bucólico e eu andando muito devagar. Passei pela pequena represa de La Cienaga (alt.:1.200m) eram   15:00 e faziam   22°C. 














A estrada começa a fazer curvas e encosta na parte leste da pequena serra de Salta dá para ver a represa de Las Maderas na parte baixa do vale.  Este trecho de estrada não é andino. O lugar é baixo, cheio de vida e vegetação, vilas, cidades, internet, pessoas, carros, vários motociclistas sem capacete e etc.  Ou seja: o lugar é muitoooooo sem graça!!!


Sem graça mesmo estava eu! Ainda de ressaca, dor de cabeça, enjoado e cansado. Tudo o que eu queria era um almuerço caliente e cama!!!

A  ruta subiu uma linda serrinha por dentro da floresta. Nos primeiros km desta serra, realmente um caminho gostoso, eu senti que estava andando rápido demais e estava com aquela impressão de que tudo era muito curto. Parei a moto só para constatar de que a estrada tinha somente 4m de largura!!!  Pista única de duas mãos!!!   Muito mais perigoso que qualquer deserto a 4.900m de altitude!!!  Fui com muito cuidado. Buzinando muito como um bom paulista faz.


A subida foi até 1.500m, onde fica o dique Campo Alegre e de lá para o hotel em Salta, seguindo para o sul, foram somente mais 33km de descida. No vale entre o dique e a cidade dá para ser ver, distantes, os primeiros blocos de pedra se elevando até 3.500m. Deu uma sensação de ressaca após uma festa muito boa. Mais 27km e eu estaria no hotel. Fiz de tudo para estes 27km durarem uma eternidade.



Fui direto ao hotel. Perguntaram como foi a viajem e toda aquela festa!!! Fui muitíssimo bem recebido, fui ao quarto tomar conta das coisas e das malas, escrever, carregar as baterias das maquinas e tentar descansar. 

Arrumei um jantar delicioso, com os amigos que fiz em Humahuaca.  Estava na cama lá pelas 22:30. 


Terei um longo e infernal dia pela frente amanha.  De volta ao Chaco...


































 Acima: o caminho padrão de Humahuaca para Salta (em azul escuro), passei por ali à noite, com calor e pouca chuva, chatíssimo!

Abaixo: O caminho percorrido, Repare no Canion de Humahuaca, tombado pela Unesco (aquela da qual o Trump se desligou...) como patrimonio da humanidade. É humano demais para meus padrões...  A vegetação entre Salta e Jujuy é frondosa e densa, grandes árvores e rios, Lindo. a linha amarela no canto inferior esquerdo é a subida para Los Cobres.




































Etapa de hoje:  221.2
Trecho em Ripio: zero...  😩
Tempo andando: 03:06
Tempo total: 04:20

Distância acumulada: 4.376,5 km