quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Saindo do Nada, beeem devagar...

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Linda manha!   Muito sol e calor de 21C.  



Nas fotos acima e abaixo, descendo a quebrada de Humahuaca sentido sul. Realmente um passeio muito bonito para quem não quer subir ao altiplano. Eu chamo esta região de "Argentina Boliviana"







Acordei as 08:30, tarde para o padrão desta viagem, estava em uma baita ressaca das quase duas garrafas de vinho de ontem à noite.

Eu não tinha pressa alguma, de onde eu estava (Alt.: 2.990m  20°C) até Salta seriam, dependendo do caminho, no máximo 250km. O café de manha foi péessimooo!  Estava cansado do dia longo de ontem e tive que pedir uma maça e uma banana...  O hotelzinho é novo, limpo, sem charme e acho que paguei caro por aquilo...  

Passei a manha andando pela vila. O lugar tem um charme hispanico e andino todo seu!  Me diverti na feira de artesanatos legítimos, feitos especialmente para os turistas inocentes que lotam as excursões de ônibus e vans. Me fingi de desavisado e permiti ser enganado pelas índias vendendo badulaques.

Saí do hotel ao meio dia, Foram curtíssimos, gostosos e saudosos 45km até a parada no manjado posto de gasolina de Tilcara, o mesmo do dia 24 de dezembro de 2011 e 3 de março de 2017.  Havia uma vendaval vindo sul, e a temperatura foi desabando!   Surgiram nuvens pesadas sobre Jujuy e havia conversa no posto de gasolina sobre chuva no vale. Já dava para ver as nuvens lá na parte baixa do vale.


É a primeira vez que vejo o Cerro de siete colores em um dia de sol. realmente o logar é muito bonito!







































Parei na linda vila de Purmamarca para colocar casacos e consegui tirar uma foto digna do cerro de siete colores.  A temperatura caíra para 16°C e o vendaval continuava! Saindo da vila  desci por poucos km até a RN9 virei a sul e segui para onde a Quebrada de Humahuaca se desfaz na parte alta do Chaco. Minha despedida dos Andes.




Perceba nestas fotos como as rochas duras e sem vegetação começam a ser trocadas por morros arredondados e cheios de plantas e árvores.




























Foram 62 km fáceis, bonitos e confortáveis quilômetros até
San Salvador de Jujuy (Alt.:1.303). A altitude foi substituída pelo calor e umidade,  arvores grande e solo fértil... Estava de volta ao meu habitat. Em Jujuy desaparecem as estradas estreitas que eu estava acostumado. As rodovias são largas, com tres ou quatro faixas e muito movimento.  O céu estava nublado, o lugar estava quente e o caminho estava sem graça. 

Para quem tem pressa de chegar à Salta, o caminho fácil é seguir de S. Salvador para o sudeste pela RN66, depois um trecho pela RN 32 para o sul, passa pela confusa general Güelmes e finalmente subir a pequena serra para Salta pela RN9 (116km). Passei por ali naquela noite de 4 de março, foi chatíssimo. Era meu último dia de Andes e eu não queria a companhia de  Renaults do século XX, policiais, caminhões e etc. Então eu decidi seguir pelo caminho da roça, pelo interior dos vales até Salta.


O caminho não é difícil de encontrar, tecnicamente seria somente seguir a RN9 (a RN9 também foi cortada e picotada, difícil definir o seu traçado original) mas esta sai como que escondida de um trevo obscuro da moderna RN66. Me deu um frio na barriga, uma certa tristeza, era a ultima travessura que eu fazia nesta viagem...  


A estradinha segue pela grande planície fértil formada pelo Rio Grande, que desce por Humahuaca, são pequenas fazendas, pastos, animais e pomares. Se não fosse por uma Llama perdida de vez em quando (e pelo asfalto impecável) dá para se dizer que está em Minas Gerais, perto de Congonhas do Campo. O caminho vai tranquilo e extremamente bucólico e eu andando muito devagar. Passei pela pequena represa de La Cienaga (alt.:1.200m) eram   15:00 e faziam   22°C. 














A estrada começa a fazer curvas e encosta na parte leste da pequena serra de Salta dá para ver a represa de Las Maderas na parte baixa do vale.  Este trecho de estrada não é andino. O lugar é baixo, cheio de vida e vegetação, vilas, cidades, internet, pessoas, carros, vários motociclistas sem capacete e etc.  Ou seja: o lugar é muitoooooo sem graça!!!


Sem graça mesmo estava eu! Ainda de ressaca, dor de cabeça, enjoado e cansado. Tudo o que eu queria era um almuerço caliente e cama!!!

A  ruta subiu uma linda serrinha por dentro da floresta. Nos primeiros km desta serra, realmente um caminho gostoso, eu senti que estava andando rápido demais e estava com aquela impressão de que tudo era muito curto. Parei a moto só para constatar de que a estrada tinha somente 4m de largura!!!  Pista única de duas mãos!!!   Muito mais perigoso que qualquer deserto a 4.900m de altitude!!!  Fui com muito cuidado. Buzinando muito como um bom paulista faz.


A subida foi até 1.500m, onde fica o dique Campo Alegre e de lá para o hotel em Salta, seguindo para o sul, foram somente mais 33km de descida. No vale entre o dique e a cidade dá para ser ver, distantes, os primeiros blocos de pedra se elevando até 3.500m. Deu uma sensação de ressaca após uma festa muito boa. Mais 27km e eu estaria no hotel. Fiz de tudo para estes 27km durarem uma eternidade.



Fui direto ao hotel. Perguntaram como foi a viajem e toda aquela festa!!! Fui muitíssimo bem recebido, fui ao quarto tomar conta das coisas e das malas, escrever, carregar as baterias das maquinas e tentar descansar. 

Arrumei um jantar delicioso, com os amigos que fiz em Humahuaca.  Estava na cama lá pelas 22:30. 


Terei um longo e infernal dia pela frente amanha.  De volta ao Chaco...


































 Acima: o caminho padrão de Humahuaca para Salta (em azul escuro), passei por ali à noite, com calor e pouca chuva, chatíssimo!

Abaixo: O caminho percorrido, Repare no Canion de Humahuaca, tombado pela Unesco (aquela da qual o Trump se desligou...) como patrimonio da humanidade. É humano demais para meus padrões...  A vegetação entre Salta e Jujuy é frondosa e densa, grandes árvores e rios, Lindo. a linha amarela no canto inferior esquerdo é a subida para Los Cobres.




































Etapa de hoje:  221.2
Trecho em Ripio: zero...  😩
Tempo andando: 03:06
Tempo total: 04:20

Distância acumulada: 4.376,5 km











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