domingo, 26 de fevereiro de 2017

Chilecito: Vamos para a sombra do General.


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Dormir em uma casa de familia é completamente diferente!

Pássaros cantando e cachorro latindo, uma briza que entrava pela janela...  Foi gostoso! Melhor ainda foi tomar café conversando com gente do bem, com La Señora Victorina e seu filho, o simpatissísimo Franco. Conversamos bastante sobre a Argenina, o nuevo presidente, o trabalho deles para a municipalidade. Por aqui o estado ainda é o grande empregador e com o corte dos gastos do presidente Macri a coisa toda parou..

O café da manha foi saboroso, com queso de cabras e hierba mate. Fui tratado como filho deles...

Iniciei esta fácil etapa eram 10:15 e 24°C. Muita calma neste dia, um percurso curto e fácil. Não abasteci na saída da cidade, só recalibrei os pneus. Chequei tudo na Rocinante e segui para Jachal pela mesma RN 150. 



Acima:O lago em Rodeo  (11:30, Alt.:1.540m 28°C) 
 
Abaixo: Começa o trecho péssimo da RN150. Uma estradinha dos diabos!


Acima:  Eta caminho ruim! Imagine isto à noite depois de um dia cansativo!!!   
      
Abaixo: participando da fila para gasolina em Jachal (12:35, Alt.:1.180m 34°C)


Acima:  Este é o rio Huaco, que forma o importante e fértil vale onde fica S J de Jachal.



Abaixo: é fertil mesmo!  Agricultura de qualidade neste fim de mundo seco e árido. 





Acima:  A ultra simpática serrinha entre Jachal e Huaco. Este caminho fez parte da antiga RN 40 até ser substituído pelo trecho em que passamos dia 23 de fevereiro.

Abaixo:cruzando a serrinha, a antiga RN40, se entra de novo no vale ultra quente e desértico pelo qual passei no dia 23 de fevereiro.
La no fundo as montanhas por onde desci vindo do parque nacional.





Acima:  Este casal de Belgas estava rodando pela América ha 90 dias. Não tinham planos  de onde ir nem quando chegar. Estavam com  seu próprio carro, placa belga. Sem Gps e armados com mapas enormes e precários. Curioso isto...










































Cerca de 45km após Las Flores eu passei por Jachal.
Encontrei uma loja de material elétrico e montei uma tomada de energia para o compressor de ar. Fui ao posto de gasolina encher o tanque.

Saindo de Jachal, ao invés de seguir o caminho  de ontem, resolvi arriscar e explorar a pequena estrada que passa por cima da Cuesta de Huaco. Este pequeno trecho fez parte da RN 40 até o ano de 1979, quando foi construído o trecho que passa a leste de Huaco. Vejam as fotos, foi uma ótima surpresa, o caminho é lindo e seguro!  

A estradinha (hoje de chama RP49) passa pelo canion rasgado pelo pequeno rio Huaco e encontra a RN40 fora da vila. Ali  estrada segue para o norte e vai por um imenso vale, altitude média de 1.100m, com aquela vegetação tipica do deserto Argentino: solo arenoso, pequenos arbustos com folhas muito enceradas e sem nenhuma gramínea. Sin Ratones e Sin Culebras. (vide post dia 25-12-2010).




Acima:  Uma reta sem fim com uns tobogans traiçoeiros e os chatos Badenes. A esquerda o bloco principal da cordilheira. (14:30, Alt.:1.030m 36°C)











A estrada é  monótona e extremamente perigosa!! Apesar de ser uma reta, o piso oscila demais com uns verdadeiros tobogans!  O asfalto é bom,  mas estreito e ha vários pontos onde a areia invade totalmente a pista. Isso sem, contar alguns lugares por onde passa água (nas chuvas) e a estrada praticamente desaparece. 


Chamam estas passagens de Badenes. Depois do terceiro susto eu passei a andar a exatos 80km/h. A média do trecho foi de 65kmh. Antes de chegar na próxima vila, os rios estavam cheios e a estrada passava por baixo deles, os primeiros dois Badenes foram engraçados...   Depois ficou chato ter que reduzir para passar pela água.  A Rocinante está uma lama só!





Acima: Entrada para a mineria Gualcamayo. Esta mineria derramou 100.000 litros de compostos 
venenosos no Rio Huaco, tragédia parecida com a de Mariana em Minas Gerais. 
Só que a lamentável Sra. Kirschner protegeu a empresa e nada aconteceu para a mineradora 
depois do vazamento. A única consequencia foi que a população 
ficou uns 4 meses sem poder usar agua da torneira!!! 




Abaixo: Um Badén típico, com a estrada passando por baixo, sob a agua o piso é de pedras ou 
concreto sem lama. Os primeiros são divertidos!!! Mas logo a brincadeira de molhar os pés 
perde a graça e alguns deles foram perigosos.






Acima: É divertido não é???  Depois de passar por uns cinco ou seis destes a coisa perde a graça...


A reta absoluta com emoções inesperadas e sem nenhum animal segue até a vila de Guandacol. Ali ha um ótimo posto de gasolina, uma estátua de um herói local e um trevo. Não vi nenhuma casa...



Acima: Chegando em Guandacol, eram 14:50, 36°C.




















Em Guandacol  (alt.: 1.045m) a estrada vira 90 graus para leste e segue por mais um grande vale. A visão do vale com as altas montanhas no fundo é impressionante!  Dificil não ficar embasbacado pelas montanhas e prestar atenção na traiçoeira reta.  

Logo chego no vale onde fica Villa Unión, de onde ha a saída para o Paso Pircas Negras (vide 5 de maio de 2014 - Pasos Andinos). Este vale é formado pelo Rio Bermejo, que estava cheio! E adivinhe: a estrada passa por baixo do rio!!! Passar pelo Bermejo foi arriscado, o rio tinha muita água, correnteza forte e passei por ele em três pontos. 



Acima: O Rio Bermejo passa por cima da RN40, aqui o rio vem com volume e correnteza, mas é facil passar.
não parece, mas a agua passa com velocidade e o caminho afunda bastante.

Abaixo: Colossais e lindas formações!!!












































Saindo do vale se sobe a 1.300m, foram 35km em uma vastidão impressionante e com solo ainda mais desértico.

Após Villa Unión  eu passei por maravilhosas formações em rocha vermelha.




Acima e abaixo: a novíssima estrada - parte da RN40 - na cuesta de Miranda.




















A estrada segue pelo deserto arenoso,  subindo até um lugar chamado Puerto Alegre, (alt.: 1.460m)  e ingressa no último desafio do dia: cruzar as montanhas da Cuesta de Miranda.   A estrada sobe até 2.450m por um estreito e sinuoso caminho pavimentado. A partir dali o programa foi se embrenhar na Cuesta pelo novíssimo trecho da RN40, absolutamente impecável. A estradinha por aqui estava sem nenhuma reforma desde que foi inaugurada, em 1928!  Nos ultimos dois anos aconteceu ums reformatotal, com pavimentação e o resultado é europeu! 

Andei realmente devagar, eu tinha tempo de sobra.
A estrada sobe até 2.430m para  descer até 940m. Tenho que admitir que  o lugar é legal e passar por ali em rípio teria sido muito, mas muito chato!



Abaixo: A cuesta de Miranda desce para o vale de Nonogasta, ao fundo a Cuesta de Rioja (16:05 Alt.: 2.300m, 28°C)

Acima: Entrando em Nonogasta, de lá até Chilecito o céu se fechou, ficou abafado e a estrada de pista dupla é chata.

Na descida para Nonogasta comecei a ver o vale e a gigantesca Cuesta de La Rioja (uma pré cordilheira, sempre paralela ao bloco principal), Não imaginei que fosse tão grande e alta!   Linda a paisagem do vale com aquela Cuesta. A serra por onde eu estava passando é a parte sul do bloco que forma a grande Cuesta de Famantina, onde fica o pico General Belgrano (alt.: 6.097m) um pouco a norte.


Só uma pausa: General Manuel Belgrano (que apesar do título, não era militar) é um dos grandes heróis nacionais, derrotou os espanhóis na batalha de Salta. Desenhou e empunhou pela primeira vez a bandeira Argentina. Morreu cedo, de sífilis...


A estrada desce até o trevo da antiga estação de trem em N
onogasta,  para o sul a estrada leva de volta a Patquía. Ali  eu segui a RN40 para norte em direção ao grande conjunto de montanhas de Famantina. Foram 15km de pista dupla (feio, parecido com a via Dutra) nos quais eu andei muito devagar totalmente aborrecido porque o cerro Gen. Belgrano estava coberto por muitas nuvens...  pena.


Acima: Chegando em Nonogasta, ao fundo a monumental Cuesta de La Rioja, eu não esperava que aquela pré cordilheira fosse tão alta e tão impressionante!

Chilecito (Alt.: 1.087m, 33.000 hab.) fica no vale formado entre a Cuesta de Miranda e o Cordón de Velazco, a cidade está à sombra do pico mais alto da cuesta, o monte Gen. Belgrano (ou Cerro de Famatina) e é muito bonito vê-lo nevado ao lado da cidade!


Foi fácil encontrar meu hotel que fica fora da simpática e organizada cidade. Eu estava calmo, ligeiramente cansado por conta da noite mal dormida. A cobertura de nuvens deixou tudo abafado e sem a alegria de ver o topo da serra de Famantina.

Fiz o check inn na pousada minimalista eram 17:35, demorou segundos para descobrir que a internet não funcionava... Larguei as coisas sobre a cama e fui arrumar a  moto.




Abaixo: Fim do dia em Chilecito, foto tirada da Fundición Santa Florentina.Ao fundo a Cuesta de la Rioja.




















Saí do hotel eram 18:30 e fui visitar a grande atração local, um dos motivos da riqueza do lugar, riqueza de terminou em 1926...  







































Leia o Post de amanha, sobre o Cablecarril!!!




“One’s destination is never a


 place, but a

 new way of seeing things.” - Henry Miller



 Etapa de hoje:  373,8 km
Tempo andando: 05:56
Tempo total: 08:12

Distância acumulada: 2.777 km





































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